O secretário de Estado da Cultura afirmou ontem, em Luanda, que a ractificação do Acordo Ortográfico está dependente da adequação da especificidade das línguas de cada país, principalmente da grafia.
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Em declarações à Angop, Aguinaldo Cristóvão sublinhou que Angola trabalha na elaboração do vocabulário ortográfico nacional e na terminologia da administração pública para a ratificação do acordo ortográfico de 1990, bem como na criação de dicionários e gramáticas.
O acordo, em vigor desde 1990, foi ratificado apenas por Portugal, Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Angola mantém-se de fora por considerar haver aspectos a acertar no referido acordo.
Aguinaldo Cristóvão adiantou que países como Angola têm necessidades específicas em matéria de protecção, tanto da fonética quanto da grafia. Segundo o responsável, uma das exigências, desde o primeiro momento, que Angola apresentou, tem a ver com o respeito da sua grafia, algumas delas decorrentes das línguas nacionais, além de outros aspectos técnicos.
Informou que está a ser efectuado um estudo com especialistas de como adequar as necessidades concretas de Angola, relativamente a determinadas expressões próprias dos países africanos, tais como letras que fazem parte da grafia das línguas nacionais.
Explicou que não se pode estimar uma linha temporal para a ratificação por parte de Angola, pois decorrem debates com diversos sectores da sociedade, devido ao carácter mutável da língua e a sua relação com as dinâmicas sociais e culturais.