Luanda ganhou um novo espaço cultural, a Livrus, criada pela Associação Cultural Muzangola, com o ob-jectivo de incentivar os há-bitos de leitura e incutir o gosto pelos livros nos jovens da capital.
O espaço, que fica aberto ao público das 7h00 às 23h00, localizado na M-tamba, pretende ser também uma “nova porta” para as actividades artísticas e culturais da zona baixa da cidade. A intenção, como explicou Júlia Mbumba, porta-voz da Livrus, é apresentar uma variedade de actividades ao público.
“O propósito é ter um local onde o intercâmbio entre gerações seja uma realidade, em que jovens e mais velhos possam conversar, contar histórias, falar da oralidade, sem deixar de primar pelo incentivo pela descoberta de novos talentos nacionais”, aclarou.
Para a porta-voz do espa-ço, acções do género são sempre benéficas para a socieda-
de, por serem fontes de incentivo à produção literária e ainda de implementação dos hábitos de leitura, em especial nesta época de aculturação, devido a crescente globalização, em que princípios como a identidade e a ancestralidade facilmente se perdem aos poucos.
A responsável pela gestão da Livrus, Elsa Mbumba, explicou que, como forma de incentivar a protecção e valorização da identidade, decidiram atribuir nomes assentes nas tradições e na língua nacional kimbundu.
Entre os nomes atribuídos às salas da Livrus destacam-se Mina Ndengue (infantil), Kiela (jogos), Maiombe (títulos científicos), Ngongo yetu (literatura angolana e africana),Nigrita Nsaku Ne Nvunda(livros internacionais) e Semba Café (espaço para espectáculos).
Com acesso gratuito, a Livrus conta ainda com a participação do fotógrafo Nelson Nascimento e do DJ Márcio Alves. O projecto representa também, para os seus mentores, uma prova do interesse da juventude na promoção das artes nacionais, em geral, e da literatura, em particular.